Publicidade ao tabaco permitida


Paulo Fontes garantiu ontem ao Diário que o Governo Regional não cometeu qualquer ilegalidade quando decidiu, através da Resolução n.º 611/2009, viabilizar o patrocínio de empresas do sector do tabaco ao Rali Vinho Madeira. "O Governo Regional aplicou as directivas comunitárias, que diz que as provas de prestígio internacional podem ser patrocinadas por empresas do sector do tabaco", esclareceu o vice-presidente da Assembleia Legislativa da Madeira e também presidente da Comissão Organizadora do Rali Vinho Madeira, apesar do que está constante na Lei 37/2007, que revogou todos os anteriores diplomas, e que não prevê quaisquer instrumentos para o regime de excepção para a publicidade do tabaco. "A Lei do tabaco portuguesa (31/2007) foi muito além da directiva comunitária, exageram na transposição dessa directiva", apontou Paulo Fontes. "Aliás, não foram encontradas inscontitucionalidades na norma regional", reagiu. O regime de excepção 'levantado', por resolução do Conselho do Governo Regional, por causa do prestígio internacional que granjeia o Rali Vinho Madeira, considerado de relevante interesse regional, também beneficiará os pilotos madeirenses. "O regime de excepção é para evento e tudo o que faz parte dele, isto é, a publicidade é directa para o evento como também para aqueles fazem parte da prova. Na minha interpretação, a lei abrange também os pilotos", avisou Paulo Fontes, abrindo a porta às equipas madeirenses de procurarem apoios junto de empresas do sector do tabaco.

Tabaco pode ser de fora

Paulo Fontes confirmou ao DIÁRIO que fez uma exposição à Empresa Madeirense de Tabacos, mas ainda não teve resposta ao pedido de patrocínio. "Foi feito há algum tempo, estou a aguardar uma respostas mas, de facto, os 'timings' estão a ser ultrapassados e, sinceramente, não sei se vamos contar com o apoio da Empresa Madeirense de Tabacos", salientou o presidente da Comissão Organizadora do Rali Vinho Madeira, explicando que o patrocínio solicitado não é financeiro. "As contrapartidas são em termos de alojamentos e estadias", garantiu. Mesmo assim, Paulo Fontes continua a acreditar que é possível contar com o apoio da tabaqueira insular. "Sempre houve parceria entre a Empresa Madeirense de Tabacos e o Rali Vinho Madeira e no ano que a prova faz 50 anos, gostaria de voltar a contar com este patrocinador, mas se não for possível há, naturalmente, outras empresas interessadas, porque têm pouco espaço, tempo e lugares para se poderem promover e a natureza do Rali Vinho Madeira dá-lhes essa oportunidade. Mas esse trabalho deveria ter sido feito há mais tempo, mas só há dias foi publicada a Resolução do Governo", finalizou.

"Quando perdermos o rali aí vão chorar e dar o valor"

O presidente da Comissão Organizadora do Rali Vinho da Madeira, Paulo Fontes, disse ontem ao DIÁRIO a falta de apoios à prova madeirense estão a dificultar a comemoração dos 50 anos de vida do Rali Vinho Madeira. "Estão sempre a atacar-nos, só nos criam dificuldades, os subsídios vão diminuindo, ao contrário do que acontece em outros países, pelo que nós vamos ter que tomar uma posição de uma vez por todas, isto é, se queremos ter esta prova como uma bandeira da Região, que promove turisticamente a Madeira ou se é melhor deixarmos um dos nossos muitos pretendentes ocuparem o nosso lugar", destacou Paulo Fontes, destacando que só quando os madeirenses derem real valor à prova madeirense poderá ser muito tarde. "Quando perdermos o Rali Vinho Madeira, aí vamos começar a chorar e a dar-lhe o seu real valor. Não se pode brincar com esta situação! Depois vamos acusarmo-nos uns aos outros, sobre as responsabilidades do fim do rali, uma característica bem nossa", salientou. Paulo Fontes salientou ainda que "outros destinos estão apoiando cada vez mais os o s seus ralis e a competitividade e concorrência ao Rali Vinho Madeira é muito grande e perigosa". "Basta ver a inveja nacional o que fez à nossa prova em termos de IRC", registou.

Fonte: Diário de Notícias da Madeira (3 de Junho de 2009)